A natureza veste-se de branco
como eu, que também faço parte dela.
O sonhador esconde-se para não morrer
como o meu coração, para conseguir sobreviver.
Observo as árvores desnudadas pela janela
e lembro-me daquilo que me tem feito sofrer.
Como o inverno, aqui estou eu fechada no anoitecer
onde, perante as lágrimas, toda a minha face gela.
O sol já não brilha com tanta força
como tu já não brilhas dentro de mim.
As plantas preferem não crescer
para não terem de morrer assim,
congeladas, e sem mais forças para lutar
pela vida, que se resume em "amar".
É assim que eu me sinto, não compreendes?
Com tudo isto o inverno não chegará ao fim.
E se o inverno continuar e continuar,
o gelo não vai derreter, o degelo não acontecerá.
E sabes porque é que a natureza não vai mudar?
Porque o teu calor nunca chegou a florescer
no meu coração, que tanto necessita de aquecer.
Lia.
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