terça-feira, 12 de novembro de 2013

Escrava da perfeição



E aqui estou, escrava da própria perfeição. Escrava dos números, das letras, da paixão. Das horas de estudo, do tumulto do mar, de esperanças que ardem e de sonhos a naufragar.
Hoje ainda não a vi. Quem? A felicidade, a escrava da boemia. 
Pois! Queria... Queria eu ser Deus, roubado ao horizonte, a noite eterna do amor.
Só que não. Sou demasiado sol ardente que se consome com a própria dor.
Só que sim. Sou brasa de satã pequenina como uma flor.
Sou diva pintada em quadros de embalar, sou atum enlatado em jogos de brincar.
Pois. A magia sempre vem com um preço.
Dança, juventude! Dança que vou esperar... Tu e promessas que não devo tolerar. Dança, beleza! Porque não te exilas também? Tu, paixão... Porque não morres de desdém?...
E tu, espelho? Teu dever era ser um amante leal. Contudo, continuas a fazer-me mal.
Sonho mil amores insensatos, mil estrelas eu quero ter. E olho para ti, céu. Porque não mas dás? Porque serei eu obra de Satanás?
E vou rimando com o vento de lá de fora... Tic-tac, está quase na hora!!
Serei eu ninguém??...A rapariga que tem de ter dezanove a português, que nunca o conseguirá devido a um teste de desasseis e que chora desalmadamente como se não houvesse um amanhã.

A pior escravidão no mais negro coração.

Lia.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Bullying interior



Tenho a chaga do amor, tenho a chaga da vivência.
A antiga canção de dor apaga toda a inocência.
O demónio é a luz, a água vagabunda,
a vodka no inferno e o feitiço de incoerência...

Ó guerra, ó ódio, ó lógica inútil,
mas quem és tu para poderes entrar?
Cortas, secas, vives de fruta mole,
de maldade de outros e de contos de engatar!

Revolto-me contra números e contra ti,
contra a beleza transcendente, sorriso imortal.
Revolto-me contra todo o universo em si...
Revolto-me. Pois não paras de me fazer mal.

A sonata não renasce, não pode renascer
de cinzas do passado que não me deixam viver.
E aqui te peço, lógica, morte. Sê como eu...
Sê o que antes eras: boémia e fria como o céu.

Tal céu onde Deus morre, queimado
pelos gritos de sufoco e por minha dor.
Oh anjo, onde te escondes nesse teu véu?!
Eu quero voltar a ter a minha luz interior!...

Lia.