segunda-feira, 12 de agosto de 2013

As asas crescem devagar



Sem nada mais aqui para te dar
fiz-me à estrada para me poder encontrar.
Sem amor, sem culpa, sem sonhos, sem fim,
decidi conhecer a alma que há em mim.

Que surpresa... flores a desabrochar
e vidas tiradas por este bravo mar!
É o mar revolto que existe dentro de mim
num tamanho exílio que ousa não ter fim.

Sou utopia, sou boemia e calma...
Sou a morte que existe na tua alma.
E na estrada eu percebo porque não quero ficar,
porque as asas se limitam a crescer devagar.

É triste, surdo, o barulho deste mar
que nunca fora limpo, este azul do teu olhar.
Que mais posso eu querer? Espero por morrer
para que, um dia, me possas perdoar.

Gosto de desaparecer, de à estrada me fazer
porque a estrada realmente sabe quem sou.
Oh. Diva. Vida? Porque me fizeste sofrer
se a estrada desprezada nunca me julgou?

Lia.

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