terça-feira, 21 de maio de 2013

Apaixona-te



O primeiro grande passo inicial é apaixonares te por ti, pelas tuas acções. Consome-te a ti mesmo, brilha no escuro. Sê especial. Sê louco, sê forte, sê sensível. 
Sê tu próprio.
Sê humano.
Depois, apaixona-te pela essência do ser humano. Um ser de paixão, um alguém de incompatibilidades. Apaixona-te pela arte, pela natureza. Apaixona-te apenas por algo que te faça feliz. 
Apaixona-te pelas tatuagens, pelas noitadas, pelas horas sem dormir ...porque sim. Apaixona-te pelo ardor, pela coragem, pela insanidade.
Apaixona-te pela história. Apaixona-te pela nossa história.
Apaixona-te pela conquista da lua, pela espera pela vida eterna, pela lenda. Assim, garanto-te que serás uma.
Apaixona-se também pela dor, e assim te apaixonas pelo ser humano. Um ser inconstante, imprevisivelmente nato para procurar problemas. Um mar de incertezas.
Apaixona-te pelo desejo. Por alguém te ame, que venere o teu sorriso. Por alguém que te espere, que compreenda os teus sonhos, que te ajude, que te guie, que seja o teu apoio, a tua esperança, a tua própria loucura.
Apaixona-te por alguém que sinta a tua falta e que queira estar contigo. E, por fim, não te apaixones apenas por um corpo, por um rosto, ou pela ideia de estares apaixonado.

Lia.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um nada que tudo tem


És chama, fogueira. És quente, amor que arde, raio de sol, insanidade em pessoa, loucura inata.
És curiosidade, vida, paixão. Esses teus olhos, esses teus lábios sedentos de amor consomem esta minha vingança. Este meu outro eu selvagem, desbravando loucura, com a mesma insanidade que encontro quando me olhas. Talvez seja essa a fundamentação do amor, completar-me com o que me falta... Com essa tua boemia, com esse teu cheiro que abafa todas as minhas lágrimas desta nossa salgada realidade. Com esse teu toque de suavidade, de sensibilidade, essas tuas rosas e covinhas que me permitem voltar a sonhar.
És veneno. És morte. Ou vida. Ou a minha perdição. És aquele amor perigoso, de insensata loucura. És a vida que sempre quis ter. A necessidade minha de amar, de viver, de respirar.
És as noites sem dormir. A passear junto ao mar tão louco como tu. Como nós. E, sem rumo e sem destino, apenas passeamos porque sim.
Tens asas, e eu perdi as minhas há muito. Já nem me recordo daqueles séculos onde a doença não se propagava. Era tudo tão belo nessa altura.
És vicio. Um vicio que nem tu alimentas. Mas eu gosto de ficar viciada, mesmo que seja em algo que não posso ter, pois não é possível ter o universo. Ou será que ele já nasce nosso?... Também não posso contar as estrelas, não posso tocar no céu, não posso beijar o sol sem me queimar.
És este desejo que me permite amar, sonhar e ficar. És os beijos amargos de um futuro incerto e inconstante deste perigo que é o amor. És sorriso que corrói, ardor que me consome. Céu de  desejo inconstante, olhos de sangue e de paixão. És apenas um eterno sonhador que assim encontrou a minha solidão.
És sim. És tudo e eu sou nada. Um nada que tudo tem. És sol e eu sou lua, és quente e eu sou fria. Porém... Não será mesmo esta nossa incoerência que nos torna algo mais?

Lia.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Sede de amor



Sede de sangue e de vingança
eu tomo por quem me tem.
Ardor de pasmo e de esperança
entrou em mim e em ti também.

Teus lábios são rosas esparzidas
de espinhos crivosos sedentos de amor.
De ti quero ficar sempre cativa,
de quem me vai sufocando neste ardor.

Quero ser tanta loucura contigo...
Insanidade neste desejo por paixão.
Quero ser erros e má fortuna
mas perfeita nesse boémio coração.

Quero sim. Quero... mas não posso,
pois o vento levou minha bravura.
Porém, apesar do céu não te adornar,
teus olhos sempre irradiarão aquela latina formosura.
Aquela de que gosto tanto, a que me deixa sonhar.

Lia.

Os vultos que me atormentam



Estes são os vultos que a atormentam.
Brancos de lua, pretos de sol,
do inferno voltam com a desbravura,
rasgando assim a luz do seu farol.

Feitos de aço, mas transparentes,
imortalmente assustadores,
vêm as sombras dementes...
Morrem os pobres pecadores!

Feitos do fogo frio da estrela ardente
e titã e revolta e de Deus pagão,
pairam e atormentam a sua mente,
devoram os muitos erros do coração.

Sufocam no ego, estes demónios
de luz e de espírito e de plena natureza.
O que ela não sabe é que seguem a luz,
que bem conhecem a nossa realeza.
O que ela não sabe é que querem escutar
o devaneio de quem estão a atormentar.

Lia.