terça-feira, 12 de junho de 2012

Auschwitz

                             

Naquela casa que ninguém quis conhecer
Eu lá vivi algo que não posso contar.
Mas sei que guardarás segredo. Será assim meu anjo?
Eu sei que sim… temes que lá volte a entrar.

Estava assombrada, cheirava a morte,
Era noite em todos os cantos traiçoeiros.
Apenas quatro extensas paredes abandonadas
Em Auschwitz, perto de grandes desfiladeiros.

Naquela habitação, se assim a devo chamar,
O maior sonho que tinha concretizou-se...
Voltei a ver o rapaz de fogo e de gelo
E mesmo um guia morto, declarou-se:

Estava o meu olhar disperso
Por aquelas quatro paredes de loucura
Quando a memória se aproximou,
Já branca, pálida e com ternura.

Voltaram a cruzar-se os mesmos olhares
Que se tinham enfeitiçado antes de partir
Para a grande e absurda fila da morte,
E assim o esquecimento me exigir.

Meu anjo, perguntei por ti
Para seres a minha escuridão…
Mas será que estou preparada
Para  o voltar a aceitar no coração?

Lia (:

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