Se eu pudesse voar, voava.
Asas ganhava e deslizava como um falcão.
Voava para longe, para sozinha ficar
porque as asas são o espectro da solidão.
Voava para não fundir com o calor
desta velha, eterna e mísera paixão.
Voava alto, para ninguém me proibir de sonhar,
pois as asas são o espectro da ambição.
Voava e não voltava para ninguém incomodar.
E, para o carinho (ao menos) de uma estrela ganhar
voava em direcção ao grande clarão.
Conseguia ser feliz se voasse,
feliz sou sozinha e sem coração,
somente com asas, e a sombra da ilusão.
Lia.
Lia.
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