Espelho meu, espelho meu,
quem poderei realmente ser eu?
Já fui aquela do "era uma vez",
a pequena que de ti se enamorou,
a poesia que sempre me escreveste
e a princesa que contigo cavalgou.
Já fui vida que florescia no teu olhar
quando o piano eu começava a tocar.
Porém, agora e eternamente, espelho meu,
quem poderei realmente ser eu?
Agora, nada sou - o eterno vazio e a dor
de alguém a quem uma vez chamaste de flor.
Fui uma boémia sonhadora que voltará a sonhar
quando o destino, traiçoeiro, para ti me levar.
Contudo, no passado continuo a viver...
Já fui a guerreira que lutou, assim,
entre a espada e a parede para não te ver morrer.
Agora, o inevitável é caminhar para o fim.
Assim, hás-de ficar sempre ao pé de mim.
Lia.
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