quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Naufrágio


E ali o homem naufragou
na gruta profunda de um mar perdido.
Gruta de paz? Mar de calma?
O grande buraco na sua alma
que tal como o mar fora esquecido.

Três dias num pequeno bote ele ficou,
três vezes a mísera vida ele salvou
e, no final do terceiro dia
finalmente terra ele encontrou...
Deus deu-lhe alguma alegria
mas o demónio até a terra lhe tirou.
Haviam árvores de cores celestiais,
fluorescências excêntricas pelo lago de saudade,
fruta que apodreceu pela própria realidade,
e tudo fora um sonho, pois riquezas tais
apenas existem na mente de um pobre com ansiedade.

Rios calcou até cair de dor
provocada pelo seu mais puro amor.
O mar não chorou, nada lhe deu.
Então, o pobre homem olhou para o céu.

"- O que queres mais, Deus sem coração?
Alá, Jesus... és apenas uma ilusão!
Tudo me tiraste, que queres mais de mim?!
Porque não me deixas, porque não me dás um fim?..."
E logo caiu do céu um raio de paixão
mas na fossa mais profunda o homem encalhou,
esquecendo-se do raio e de quem o ajudou.

Lia.

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