terça-feira, 31 de julho de 2012

Naufrágio


Se foi na praia que nos vimos pela primeira vez,
se foi no mar que começou toda a paixão,
então o pôr-do-sol é a minha alma
e o mar todo o meu coração.

As gaivotas sussurravam, implorando
ao vento qualquer compaixão.
As ondas, puras e cristalinas
esbatiam o famoso sol de Verão.
E eu, sentada na areia,
tive uma bizarra visão:

O mar revolto e teatral
mostrou toda a nostalgia profana.
Estava a nadar, e, de repente
o mar quis-me,  devorou-me...
a parte triste de ser humana.

E, quando finalmente desisti
de todos os sonhos concretizar,
Um corajoso rapaz eu senti
levar-me para longe do mar.

O primeiro beijo me deu,
desespero, ao tentar me salvar:
o duro naufrágio aconteceu
mas ele lá estava para me resgatar.

E quando finalmente acordei,
uma estranha língua ele soletrou.
Uma mistura de alemão e inglês...
de certeza que era holandês.
Fiquei encantada com a sua face,
um anjo não português.

Passados minutos a visão acabou,
e tudo novamente recomeçou.

E aí descobri que não são as palavras
que descobrem paixões, mas sim
os momentos de sonho perto do céu.
Um céu que esteve tão perto de mim.

E quando tudo terminou, um vazio
preencheu-me, um olhar
vadio e boémio vinguei
ao cruel, mas doce mar.

E algumas loucuras disse sobre
o holandês que me tem feito sofrer:
"Ele é o homem da minha vida.
Será que o vou voltar a ver?"

Lia.

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