domingo, 15 de abril de 2012

One Clearer View Again


Lá no assombro da sombra do desespero
o luar sufocante rouba-me desejos infernais.
E sinto que o vazio me revê como a escuridão
onde os meus olhos se encontram, e todo o meu coração.

O passado não pára de se reproduzir por meras palavras.
oh triste vida que não me deixa viver!
E agora mais que nunca, o tempo passado volta a utilizar-se
para a ofensa, que no inferno me tenta cozer.
Os olhos sangram à mais tempo por paixão,
mas de nada valeu: sem nenhuma consolação.
Que passado que só me deixa sofrer!

É como se um círculo negro circundasse à minha volta,
e depois os olhos, os cabelos, toda a roupa.
A solidão escorre pelas entranhas. Que líquida que está!
Enrola-se nas minhas mãos e não me deixa sair de lá.
E com o meu espírito entra em comunhão.
Depois do todo, comigo ficará:
todos os esforços que fiz foram em vão.

Mas a sombra continua perto de mim.
A sombra de um rapaz que nada mereceu,
a sombra de uma vida que por um ano escureceu,
a sombra de um passado que pensava não ser meu,
a sombra de lágrimas e desesperos sem fim.
Não sei mesmo o que faça com uma sombra assim.
O melhor é sorrir para as horas não ter de contar
até ao final, à meta, onde hei-de ficar,
para finalmente poder repousar.

Lia.

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