Somente nos locais mais vazios
é que eu deixo tudo e começo a pensar.
Penso na vida, na eternidade do beijo,
na alma da memória, no eterno desejo
que me deixa capaz de lhe tocar.
Somente quando a terra fica apertada,
e mais nenhum lugar me guarda para eu ficar,
é que eu sinto a falta do abraço
que acaba com o meu suspirar,
com uma triste cena: o colapso
do mundo que conheço, a desabar.
Porém, quando olho para o meu lado esquerdo,
mesmo sendo matemática, inglês ou ciências,
ele está sempre próximo para me segurar.
Apenas uma força nos unia
no olhar de amiga que eu pretendia avivar:
a mesma matéria para estudar.
Mas a vida decidiu outro caminho
e o sarcasmo da puberdade veio a decifrar
os códigos indecifráveis do seu olhar,
pretendendo assim uma nova esperança alimentar.
Mas eu sinto que não posso voltar a amar.
Apenas terei que esperar por um anjo
que me ajude a solucionar
a confusão que o meu coração está a criar,
matando assim todos os átomos de oxigénio
que nos unem, ou que nos podem separar.
E mais uma vez
será o coração a impedir a razão de se pronunciar.
Lia (;
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