Tenho a chaga do amor, tenho a chaga da vivência.
A antiga canção de dor apaga toda a inocência.
O demónio é a luz, a água vagabunda,
a vodka no inferno e o feitiço de incoerência...
Ó guerra, ó ódio, ó lógica inútil,
mas quem és tu para poderes entrar?
Cortas, secas, vives de fruta mole,
de maldade de outros e de contos de engatar!
Revolto-me contra números e contra ti,
contra a beleza transcendente, sorriso imortal.
Revolto-me contra todo o universo em si...
Revolto-me. Pois não paras de me fazer mal.
A sonata não renasce, não pode renascer
de cinzas do passado que não me deixam viver.
E aqui te peço, lógica, morte. Sê como eu...
Sê o que antes eras: boémia e fria como o céu.
Tal céu onde Deus morre, queimado
pelos gritos de sufoco e por minha dor.
Oh anjo, onde te escondes nesse teu véu?!
Eu quero voltar a ter a minha luz interior!...
Lia.
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