terça-feira, 15 de outubro de 2013

Nárnia


Finalmente a humanidade eu encontrei. Tiraste-me a apatia, tu e essas tuas sardas que me matam, esses teus olhos cor de mar, um azul incandescente que me sufoca e que arde como duas estrelas em formação. Esses lábios de rosas e de sonhos arrancam a minha utopia, e, cada vez que te vejo ardo no inferno mais profundo do meu olhar.
Oh... E esse cheiro... Exótico! Cessante, selvagem! Escondido na boemia, reflectido na orla do bosque, no cume mais alto da montanha. Esse teu sabor a laranja mascarrada, o toque a floresta desgrenhada. Pois... A sereia anseia por matar e o homem quer ir ao mar. Bosque? Mar? Preciso de ti em todo o lugar.
Então?! Parece que chegámos a Nárnia! No guarda-roupa se esconde a maior emoção. Cor de mel, cor de céu, cor de Deus. O respeito e a paixão e a tua alma de mar, de vento... Dizem que os olhos a comandam, deve ser por isso mesmo que nunca estarás comigo por completo, és demasiado complexo para resistires às forças da gravidade.
Claro... O fado. A nostalgia extridente... O passado é a minha cegueira, a realidade é o sonho. Contudo, o presente está menos ambíguo contigo a meu lado. A estética menos obscena e a política menos fútil de um governo maior. Será por muito tempo?

O heterónimo da Lia.

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