segunda-feira, 20 de maio de 2013

Um nada que tudo tem


És chama, fogueira. És quente, amor que arde, raio de sol, insanidade em pessoa, loucura inata.
És curiosidade, vida, paixão. Esses teus olhos, esses teus lábios sedentos de amor consomem esta minha vingança. Este meu outro eu selvagem, desbravando loucura, com a mesma insanidade que encontro quando me olhas. Talvez seja essa a fundamentação do amor, completar-me com o que me falta... Com essa tua boemia, com esse teu cheiro que abafa todas as minhas lágrimas desta nossa salgada realidade. Com esse teu toque de suavidade, de sensibilidade, essas tuas rosas e covinhas que me permitem voltar a sonhar.
És veneno. És morte. Ou vida. Ou a minha perdição. És aquele amor perigoso, de insensata loucura. És a vida que sempre quis ter. A necessidade minha de amar, de viver, de respirar.
És as noites sem dormir. A passear junto ao mar tão louco como tu. Como nós. E, sem rumo e sem destino, apenas passeamos porque sim.
Tens asas, e eu perdi as minhas há muito. Já nem me recordo daqueles séculos onde a doença não se propagava. Era tudo tão belo nessa altura.
És vicio. Um vicio que nem tu alimentas. Mas eu gosto de ficar viciada, mesmo que seja em algo que não posso ter, pois não é possível ter o universo. Ou será que ele já nasce nosso?... Também não posso contar as estrelas, não posso tocar no céu, não posso beijar o sol sem me queimar.
És este desejo que me permite amar, sonhar e ficar. És os beijos amargos de um futuro incerto e inconstante deste perigo que é o amor. És sorriso que corrói, ardor que me consome. Céu de  desejo inconstante, olhos de sangue e de paixão. És apenas um eterno sonhador que assim encontrou a minha solidão.
És sim. És tudo e eu sou nada. Um nada que tudo tem. És sol e eu sou lua, és quente e eu sou fria. Porém... Não será mesmo esta nossa incoerência que nos torna algo mais?

Lia.

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