sábado, 21 de janeiro de 2012

Love Story




Esta é a história da minha vida. Uma vida em que foi preciso apenas uma acção, uma única escolha, para mudar todo o seu rumo. E por isso, perdi o que mais precisava neste mundo, a minha razão de viver. Porém, naquele tempo era jovem, e não tinha a noção do que ia fazer… Mas esta velha alma com cerca de 500 anos, que ardeu no inferno este tempo todo, nunca mais cometerá o mesmo erro.

Era uma vez uma rapariga chamada Rosita, que, em tempos, foi uma menina de extrema beleza, com os seus olhos verdes, e com os seus longos e encaracolados cabelos loiros. Esta rapariga não tinha dono, era livre e estava liberta de preocupações. Apenas se dedicava a apreciar o chilrear dos pássaros na floresta, e a sentir a brisa quente que a afagava numa onda de verão. A natureza era o seu rumo, a sua única paixão.

Um dia, Rosita conheceu um pequeno rapazito lá de Paris, com os seus 19 anos, como ela. O rapaz era encantador… perfeito, na sua opinião. Era conhecido por Paul, o artista. Ele pintava grandes obras, tecnicamente maravilhosas, e sempre a retractar críticas sobre acções da sociedade. Era o novo génio da pintura do séc. XVI. Mas para além de tudo isso, Paul Cécrane tinha uma personalidade fantástica, e apaziguava todos os corações com as suas gargalhadas e risinhos nos momentos mais difíceis da vida.

Estava decidido. Naquele ano, a Rosita deu o seu coração a Paul, e assim floresceu entre eles um amor incontrolável, um espírito indomável.

Porém, numa noite de Março de 1545, os dois apaixonados tiveram uma grande discussão, e Rosita acabou por sair de Paris, procurando outro rapaz com quem já tinha comunicado por carta, e instalou-se em Veneza, com o seu pai.

Passados alguns anos, os suficientes para a rapariga ter reparado no erro que tinha cometido com Paul, o seu pai preparou-lhe um casamento com o tal rapaz que amava a menina profundamente. A partir daí, e depois de Rosita conhecer melhor Henri, o seu noivo, o seu coração começou a ficar repartido entre o amor proibido por Paul, e a sarcástica sedução pelo italiano. Queria um pouco de cada um.

Até que, no dia do casamento, Rosita deixou o pobre rapaz no altar, e dirigiu-se para Paris, para voltar a ver o pintor que revolucionara a sua vida. E, com as lágrimas a escorrerem-lhe pela sua face branca e celestial, ela confessou que o amava, que sempre o amou: “Paul, tu est ma vie”. Só que, quando chegou á terra natal, as palavras e as obras de Paul Cécrane já se tinham silenciado sob o julgo da inquisição. Era tarde demais.

Depois disso, a rapariga, num ato de desespero, e não podendo voltar para o Henri, porque este estava demasiado magoado com ela, Rosita deixou-se levar pela brisa, a alma de Paul tocando-lhe suavemente, e caiu ao rio Seine, de onde nunca mais voltou. Foi melhor assim.

E não me arrependo de o ter feito. Mereci isto e merecia muito mais, pois, tudo quis, e tudo perdi, num só ato, para sempre.

http://www.youtube.com/watch?v=D1Xr-JFLxik&ob=av2e

Lia <3


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